SOBRE O ARTISTA

Bruli é um artista cuja relação com o desenho e a pintura começou na infância, vidrado nos desenhos e nas histórias em quadrinhos das antigas bancas de jornal. Desenhar e ler era sua maneira de contrabalançar a monotonia cinza e previsível do mundo. 

Aos 9 anos, já criava suas próprias histórias, com personagens e mundos fantásticos com liberdade e fascínio. Além do desenho, personificava suas próprias criações, observava muito e oscilava entre o silêncio e a imitação das vozes e os trejeitos das pessoas e dos animais. 

Aos 14 começa a pintar suas primeiras telas a óleo, sua trajetória artística é marcada por uma constante experimentação, explorando materiais, linguagens, fases e diferentes formas de vivenciar o estado criativo em diversas áreas da vida. 

Na juventude, sua arte passou por uma fase mais errante e boêmia, movido por experiências existenciais e profundos questionamentos em relação às estruturas do mundo. Iniciou algumas longas viagens solitárias, buscando entender o mundo. Aos 22 viveu por um tempo na Índia, uma experiência que o transformou completamente. 

Aos 29 anos, iniciou uma revolução interior: deixou a cidade e se mudou para a Serra da Mantiqueira, onde encontrou a oportunidade de mergulhar em práticas de autoconhecimento, contato com a natureza e vivências filosóficas e espirituais. 

Aos 33, partiu para o Uruguai, por onde perambulou por 7 anos em Comunidades Autônomas, Grupos Educacionais de Permacultura, Ecovilas, fez parte de projetos de Vilas Regenerativas e Sustentáveis. Em meio a pessoas que transbordam de amor pelo planeta, se encontrou em retiros do “Camino Rojo”,cerimônias de temazcal, rituais xamânicos e práticas com plantas enteógenas. Foi nesse período que obteve um insight sobre o papel fundamental na arte e nos seres humanos e como ela dirige nossa consciência para diferentes estados, de maneira sutil. Que todas as antigas tradições iniciáticas de todas as culturas utilizam a arte e tudo que ela oferece como veículo de comunicação entre nosso consciente e inconsciente, e que por essa possibilidade a Arte é uma ferramenta de autoconhecimento. 

Após esta fase de grandes experiências, de volta ao Brasil, retomou seus estudos na Ordem Rosacruz AMORC e iniciou seus estudos da T.O.M (Tradicional Ordem Martinista), onde encontra mais campo de estudo para se aprofundar nas potencialidades e o impacto positivo do trabalho ritualístico em nosso inconsciente. Foi nesse período que sua arte assumiu um novo lugar: deixou de ser apenas expressão e ganhou um teor ritualístico, adquiriu linguagem simbólica, e foi reconhecida por ele como tecnologia ancestral de transformação da consciência. 

Bruli passou a compreender o gesto artístico como uma forma de escuta sincrônica do interior, e passou a ver seu trabalho como uma manifestação artística que pode ser um canal direto para acessar o inconsciente coletivo e revelar aspectos ocultos da alma individual e da psique cultural.

Sua linguagem visual combina síntese gráfica e profundidade simbólica. Com traços que oscilam entre precisão detalhista e intenção energética, cada obra funciona como um portal arquetípico, evocando imagens que não apenas representam, mas transformam. Bruli propõe uma arte que não traz a intenção de decorar, de entreter, mas altera sutilmente a percepção da observador,atravessa o racional e toca direto o inconsciente de acordo com a capacidade que cada um tem de se abrir e observar a si mesmo, Como os antigos rituais, onde símbolos eram usados para reorganizar a alma de um indivíduo e de toda a tribo. 

Mais do que imagens, suas obras são mapas internos, fragmentos de um campo simbólico que pulsa além da superfície visível. Assim como os Cabalistas reconhecem o potencial de certos pictogramas na vitalização da alma, Bruli sente que certos símbolos e imagens vão além do nosso entendimento lógico e que tocam e transformam nosso inconsciente. Seu trabalho resgata a potência da arte como veículo de despertar: uma experiência que transforma o mundo interior e, por consequência, a forma como enxergamos o mundo ao redor. 

Vivemos hoje em um mundo repleto de imagens, muitas servem ao entretenimento, e isso também faz parte do todo. Porém devemos lembrar que as tradições antigas compreendiam a arte como um verdadeiro ritual: era um ato mágico, um símbolo vivo capaz de reorganizar o mundo interior e revelar o que estava perdido em sombra, capaz de tocar o inconsciente e despertar memórias que a razão não alcança. A arte não existe apenas para distrair ou decorar, existe para Evocar.” — Bruli

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